11.9.24

Diário de Bordos - Roscoff, Bretanha, França, 11-09-2024 / II

O homem põe e o Raymarine dispõe. Desta vez foi o piloto. Ainda pus a hipótese de governar à mão até La Coruña, mas felizmente o bom senso interpôs-se e voltei para trás. Com dois tripulantes inexperientes e um braço esquerdo que não só não serve para nada mas também provoca dores intoleráveis continuar teria sido uma idiotice sem fim. Aparentemente o problema está no fluxgate, nome chique para agulha digital. (Agulha sendo o nome chique de bússola, se por acaso.)

De modo cá estou de novo na brasserie La Hune, que faz ofício de escritório e cantina. O técnico volta amanhã a bordo, mas só no fim da manhã. Até lá, faço como a Penélope mas sem um sudário que tecer. E vou tratando do P., para quem crair chatices é mais do que um passatempo. É uma missão.

É a segunda vez que o Raymarine nos causa um problema - à chegada a Dunkerque e agora - mas não é nisso que penso. É no facto de que nós, skippers profissionais, estamos cá para quando as coisas correm mal. Quando está tudo bem ninguém precisa de nós - ou pelo menos pensa que não precisa. Mas depois o vinho azeda e quem está para o beber?

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