4.10.24

Diário de Bordos - Sesimbra, Portugal, 04-10-2024

Hoje foi a Tasca do Isaías em Sesimbra, ontem O Castelo em Sines, anteontem o Reis em Lagos. Quem tem recomendações tem tudo. A paisagem tem decididamente bons sítios para se comer. Agora só falta chegar a Portugal, ver se finalmente como não só bem mas como deve ser, com civilização nas imediações. Chego amanhã, se nada mudar até lá.

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Mais uma porra de uma viagem com nevoeiro. O termo náutico antigo é Névoa negra e não há termo náutico mais explícito, mais adequado, mais próximo daquilo que descreve. Quanto mais não seja por antítese, já que aquele negro tem origem tem origem numa espécie de massa leitosa, esbranquiçada que consege tornar negro tudo o que toca.

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Escala em Sesimbra. Descubro ruas aonde nunca estive e faço uma pequena comparação fractal: assim como dos países só conheço as costas, dos portos só conheço as imediações das marinas. (É mentira, mas é uma mentira bonita.)

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Bar Inglês: um sítio correcto para as bebidas pós-prandiais e respectivos disparates. Boa música, bom Irish Coffee e agora vem um Mai Tai. ... Eu sei. Mas pronto, é o que há e quem bebe o que há a mais não é obrigado. O coiso tem uma ténue semelhança com o Mai Tai que eu conheci no Trader Vic de Oakland e o senhor do bar tergiversa e inventa. Mas como a música é o Let's Dance do Bowie e eu preciso urgentemente de me ir deitar porque estou de novo a ficar com sintomas da constipação e preciso de calor, tudo passa.

(Pequeno elogio de passagem ao camarote da proa do M. A. Parece que estou num hotel de cinco estrelas. E só parece por causa da ,localização do maldito interruptor. Não fosse isso e estaria mesmo melhor do que no quarto de um hotel de luxo.)

PS - Quando cheguei sentei-me numa mesa que tinha à frente uma televisão - é uma praga - e pouco depois de me sentar começou a falar o senhor do PS. O homem dá-me urticária só de o ver  (é tudo o que ele tem para dar, coitado) mas felizmente o bar é grande e o senhor (do bar) acedeu a desligar a outra televisão, a meu pedido, com o argumento indesmontável de que estou sozinho naquele lado e fui para uma mesa sem televisão.

PPS - Peço um rum, para acabar. Vem num balão. Lisboa, mundo, where art thou?

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