6.10.24

Jazz, civilização

A civilização e o jazz andam de mãos dadas. Não é coincidência ter descoberto que Barcelona é uma cidade provinciana na mesma estadia em que descobri nâo haver ali um único bar de jazz (agora há mas a cidade continua provinciana, chauvinista e decepcionante). Lisboa tem um, excelente e caro como devem ser os bares dessa música. Chama-se Távola. Paris tem muitos, Londres e Berlim também, Amsterdão tinha um fantástico (agora se calhar tem mais). Na província não há jazz, música urbana s'il en est. Na província há humanidade, há verde, há clorofila, há moçoilas (diferente de mulheres, coisa urbana), há tudo o que se quiser mas não há urbanidade - outra palavra para civilização. É por isso que na paisagem - ou seja: tudo o que não é Lisboa - não há bares de jazz com a qualidade do Távola. (Nem sem, de resto.)

Se me perguntassem, eu preferiria viver numa cidade com muitos Távola. Não vivo e portanto agradeço aos deuses ter um ao lado de casa quando estou em Lisboa.

Aliás: agradeço aos deuses ter Lisboa ao lado de casa  quando estou em Lisboa. 

(Uma moçoila é um produto rural. Mulher é coisa urbana. Mais pormenores outro dia.)

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.