Diz-me era a única palavra que lhe chegava aos ouvidos, ritmada como o balde de uma nora. Diz-me. Diz-me. Mas ele não percebia se ela queria que lhe dissesse qualquer coisa ou se queria que ele a definisse. Diz-me o que sou, diz-me como sou, diz-me.
Olhava para o longo corpo dela na cama, destapado e nu, seios caídos cada um para seu lado, cabelos pretos espalhados pela almofada e ouvia-a:
- Diz-me.
Mas não conseguia mais do que imaginá-la. Dizer-lhe ou dizê-la eram - também - um sonho.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.