Triste, miserável? Hesito. São duas bolas de malabarista, na aparência juntas mas na realidade separadas? Ou estão ligadas por um elástico e são inseparáveis, por mais que se afastem?
Não sei. Sei que hoje pedalei ou triste ou e miserável pela cidade e que também ela estava como eu, hesitante. Sete anos é o ano do diabo para muitos casamentos, isso é certo. Mas porra!, ainda me faltam três meses. E não estava casado, além disso.
Enfim, pouco interessa. Verbiage, verbiage. Paroles, paroles. Pouco a pouco, pedalada a pedalada digo adeus ao meu P., sabendo pertinentemente que não estou a dizer adeus a Palma. É a uma parte de mim que digo adeus, não a esta cidade que se tornou, ela também, parte deste gajo que circula montado numa bicicleta BH Glasgow Vintage branca, de jeans, anorak e chapéu, sapatos de camurça e miséria na alma. Ou tristeza, só?
Não sei. Jantei o melho vitello tonnato do universo, almocei uma pita shawarma correcta no israelita do mercado, bebi um vermute no Tulsa, avancei trabalho em todas as frentes e terminei o dia a conversar com este amor cada vez menos nascente. Conversa essa que me apagou do dia as duas palavras do início deste post. Tiveram de se refugiar na memória, coitadas, que na experiência já nem cheiro delas ficou.
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O E. do clube disse-me hoje que sou "un hombre cabal", entre outros encómios. Não faço ideia do que isso seja e venho ao Google. "In Spanish the word CABAL means precise or exact, thorough and on point."
Pelo menos não foram anos perdidos.
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O caudaloso rio da minha vida encontrou finalmente um afluente tranquilo, penso. E logo a seguir digo-me que talvez seja ao contrário e o meu rio seja o afluente do outro e não este do meu.
Talvez. Sonhar não custa. O que custa, exige esforço, vontade e tenacidade é transformar os sonhos em realidade.
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Vénia, chapeau bas e roupa de combate: tantas palavras para dizer Hallelujah! Ou, mais laicamente: Obrigado!
E é sempre bonita a tua escrita como a tua alma amore mio
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