21.12.24

Dias

Esta noção de surfar os dias como se fossem vagas, dias que são tudo menos vagos, vagas com mais cavas do que cristas, dias que não te largam e tu surfas numa prancha de palavras, alcatrão, luz e pedais, dias que te amam tanto quanto tu os amas ou talvez mais porque não sabes como retribuir-lhes o amor. Ou talvez saibas e só não sabes dizer-lhes. Dias, amo-vos como vós me amais. Dias, do princípio ao fim, do início do dê so fim do èsse, dias das minhas noites, dos meus sonhos, dias longitudinais, transversais, dias longarinas das minhas cavernas, dias sem nada que não seja dia, dias daqui, dali, dias com mais nódoas negras do que tu depois de um combate com o Tyson e com mais brilho do que a aparição da Virgem numa oliveira, dias. Diz: amo-vos.

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