Oiço música medieval, bebo um rum cubano, escrevo num computador «americano» (aspas porque provavelmente veio da China) e penso na minha relação com a modernidade. Logo a seguir penso que o post começa com uma mentira: ando a pensar nisto há semanas. A modernidade terá talvez não o monopólio da mistura - essa nasceu com a humanidade - mas tem de certeza o da facilidade com que a mistura se produz. Não é por acaso que um dos meus jantares temáticos, cujo tema foi a modernidade, teve como menu uma série de pratos de fusão, do princípio ao fim. Menu e música, de resto.
Bom, voltemos ao tema. Detesto a modernidade, ela detesta-me e mantemos uma relação da qual nenhum de nós consegue escapar. Não é só o GPS que me prende a ela, se bem seja uma das amarras mais fortes, se não mesmo a mais forte. Nem a fusão rum/música medieval/computador/casa confortável/telefone portátil/livro de poesia de Nuno Júdice/e-mais-sei-lá-que-mais. É sobretudo esta falta de vontade de pôr em prática a vontade de não a viver. Ela não merece tanto.
Ou tão pouco, vá lá saber-se.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.