Tenho escrito pouco, estes últimos dias. E não é por falta de ideias. Perdi pelo menos cinquenta páginas (ou posts, vá lá) imperdíveis, passe a incongruência. Penso no que vivi e me fez perder tais chefs-d'oeuvre. É fácil: outras tantas obras-primas.
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Nós somos o elo mais fraco. Nenhum marinheiro se esquece disso, nunca. É uma verdade simples, imperdível. Talvez se aplique a outras profissões, não sei. Talvez se aplique a toda a humanidade. Não sei.
Só sei que nós, marinheiros, somos o elo mais fraco e não nos devemos deixar enganar pelo canto das sereias. É para isso que existem mastros e cabos para nos amarrar a eles.
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Vim jantar com os miúdos a Marigot. Enfim, miúdos não é bem o termo. W. chegou há duas semanas de uma viagem de bicicleta de Amsterdão à Cidade do Cabo. Um ano e três semanas a pedalar por África não é coisa de miúdo. E se o fosse antes não o é agora, de todo. Já T. é diferente. Faz-me pensar na outra T. mas sem o lado depressivo, angustiado e angustiante. Os dois falam que se desunham. Mudei de mesa.
T. tem um terço da minha idade, um terço do meu tamanho e um terço do meu peso (passe o efeito literário) e é nove vezes mais eficaz do que eu. Ou seria, se eu não tivesse de lhe explicar o quê e como fazer. E ainda há quem diga que o saber não ocupa lugar.
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Escrevo no bar do Centr'hotel, que agora se chama (o bar) Le Carré Vert. É o L'Impératrice de Marigot. No outro só dormi uma vez, creio. Aqui passei muitas noites.
Dormi muito nos dois e em muitos outros como estes. Chama-se França.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.