De novo na Soller do meu coração, da minha memória, do coração da memória e da memória deste. Hoje no bar Es Cantó, o bar dos reformados locais, um dos meus indícios favoritos para escolher waterholes. (No caso presente, beerhole.) O Es Cantó fica à frente do Bon Gust, aonde espero vir jantar hoje, se arranjar maneira de me desenfiar dos clientes.
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Dos quais, de resto, não me posso queixar. Se não fosse a merda da música seriam perfeitos.
Mas essa coisada da perfeição está sobrevalorizada, de maneira mais vale contentar-me com o que tenho, que é bom; e como toda a gente sabe o óptimo é inimigo do bom.
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Uma vez em Soller perdi a carteira com o salário da semana lá dentro. Acessoriamente, era o dinheiro todo que tinha.
A carteira foi encontrada por uma família americana, que ma devolveu intacta.
Até na cidade mais feia do mundo eu ficaria apaixonado por ela. Numa vila com a beleza de Soller (porto de Soller, mais precisamente) o amor pré-existente não podia senão expandir-se até ao infinito, de mãos dadas com a gratidão.
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É Junho e as hordas de hunos ainda não chegaram. O que eu gostaria de poder não trabalhar em Julho e Agosto e refugiar-me numa montanha com os meus netos e os meus livros...
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O Bon Gust não abriu. Comi umas beringelas recheadas e medíocres no Sa Paella, por sugestão do senhor do Es Cantó e agora venho turistar para uma esplanada na marginal enquanto a cidade (? - no sentido lato) desfila à minha frente. Turistas, imigrantes, alguns indígenas, que os há. Estou com uma dor de cabeça monstruosa, bebo hierbas secas, espero pelos clientes, que finalmente desembarcaram e pela hora de me ir deitar.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.