22.6.25

Diário de Bordos - Santelmo, Mallorca, Baleares, Espanha, 22-06-2025

Salto de uma travessia para um transporte e deste para um charter. Felizmente sou novinho. Se tivesse sessenta anos não sei se teria pedalada para este ritmo. Felizmente tive excelentes tripulações, tanto na travessia como no transporte para Maiorca e esta do charter... bem, é um charter e para os parâmetros desta magnífica actividade os clientes - que o ramo insiste em tratar por hóspedes - não estão nada mal. De maneira aqui estou, de novo na Maiorca, na Santelmo, no restaurante Flexas do meu coração. «Coração grande», dir-me-ão. «Ainda bem», responderei. «Tem lugar para este mundo e metade do outro.

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Sempre gostei do que se esconde, do que não se dá a ver, de quem deixa às aparências o serem isso mesmo. Já em miúdo os meus «carros» eram os Corgy Toys mais velhos, nos quais eu imaginava motores modernos e potentes. Hoje, a minha paixão por barcos antigos é levada ao infinito se forem modernos por dentro. O mesmo se aplica às pessoas que são uma coisa e parecem outra. Esta simpatia aplica-se sempre, qualquer que seja o sentido do «disfarce». Aprecio tanto uma pessoa inteligente que se esforça por parecer estúpida, infantil e irracional como o contrário, se bem este seja mais frequente (a Covid que o diga).

É verdade que o primeiro caso é um bocadinho confrangedor quando a pessoa nos é próxima e expõe a face má a quem não a conhece mas esse é um desconforto que passa depressa. Afinal, gostar de alguém é gostar dos seus defeitos, não é? É. E aprender a viver com eles, por muito aborrecido que seja.

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Amanhã reencontro a Tramontana e estarei em Soller. É como andar às voltas, círculos cujo centro é um imenso amor.

Antes amor do que ódio.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.