21.9.25

Diário de Bordos - Genebra, Suíça, 21-09-2025

Chego a Genebra mais morto que vivo (ou mais adormecido do que acordado, para quem não gosta de hipérboles, sobretudo se forem lugares-comuns) e vou dormir. À tarde vamos a uma festa para as criancinhas da comuna de Vernier. A música está a cargo de um grupo brasileiro, devidamente vestido de amarelo e verde. É só percussões e lembro-me das steel bands de Antigua, dez vezes maiores do que esta e vinte vezes melhores. Mas é sobretudo esta capacidade que a Suíça tem de acolher emigrantes e de lhes agradecer que me vem à mente. Nunca esquecerei o Primeiro de Agosto (é o dia da festa nacional suíça) de 2000 ou 2001 em que o então presidente da Câmara de Genebra dedicou o seu discurso aos estrangeiros que vivem na Suíça e ajudaram a fazer do país aquilo que ele é. Claro que não entrou em pormenores nem isso seria para ali chamado. Lembro-me apenas da comoção que senti. Até esqueci o facto de o homem ser socialista. A Suíça é, de todos os países que conheço, aquele em que é melhor ser-se estrangeiro. Já houve várias iniciativas xenófobas e não é por acaso que falham todas. O problema de Portugal não são os estrangeiros, André Ventura. São os portugueses e aquilo que nós fizemos do país.

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Chego a Genebra no que os jornais anunciam como «o último dia de Verão. Amanhã começa o Outono», explicam. Desta vez acertaram. Verdade seja dita: com a Meteo Suisse como fonte seria difícil não acertarem. Precisariam de não saber ler, coisa que evidentemente sabem fazer. O que não sabem é escolher as fontes, mas isso é outra história.

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(Cont. ?)

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.