Duzentos e quinze = BTW = COG. Tenho finalmente sul no meu rumo. Amanhã a noite estará menos fria, aposto; e a Lua um bocadinho maior (este não aposto porque sei de ciência certa que ganho). O mar continuará tão sem vento como hoje, que se não fosse a ondulação pareceria uma banheira (também não aposto porque não sei).
A Lua foi para casa e as estrelas vêem-se claramente. Orion, Sirius, Gémeos com Júpiter ao lado por bombordo; as luzes de Tânger e dos seus arredores pela popa. À proa um buraco negro: há nebulosidade e restos de luar. O meu CdC lá vai avançando a pouco mais de seis nós, ver se consigo chegar a Lanzarote sem usar os duzentos litros de gasóleo que tenho nos jerrycans.
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O quarto chega ao fim. Oríon quase no meu zénite, Júpiter resplandecente e feliz ao lado dos Gémeos, a Ursa Maior na popa, meia dúzia de navios a oeste, todos claros, um sopro de vento a entrar, uma noite movimentada a terminar. Pescadores numa patera vieram ter connosco para nos avisar de uma rede que estava no nosso caminho. Um outro veleiro ja lá tinha ficado (mas depois safou-se - isto fiquei a saber pelo VHF, não pelos pescadores). Meia hora de emoções. Os passageiros vão ter histórias para contar.
Por mim, apenas penso no sono que me espera. Vou dormir no camarote, pela primeira vez nesta viagem no mar. Até aqui tenho dormido no salão.
(Cont.)
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.