Na Suíça, dois dos temas federais em votação a 26 de Setembro foram recusados pelo povo e pelos cantões (a dupla maioria é necessária em tudo o que seja matéria federal):
- Naturalização facilitada da segunda geração de imigrantes
- Acquisição automática da nacionalidade pelos emigrantes de terceira geração
Todos os partidos do Governo, menos um (o promotor dos referendos) eram a favor, mas este partido, a UDC, é cada vez mais forte mesmo nos cantões francófonos, e foi isso que lhe deu a vitória.
Quem me conhece sabe que tenho pelo sistema político suíço uma admiração sem limites. É um sistema que tem a irrestível vantagem de não dar aos políticos qualquer poder. Neste caso, claro, gostaríamos que eles o tivessem um pouco mais, e não tivessem que sofrer este género de derrotas.
Contudo, convém relativizar: regularmente há, neste país, iniciativas xenófobas, normalmente com pouco sucesso - a última verdadeiramente importante e vitoriosa foi em 1976, se bem me lembro; e 5 ou 6 anos depois, tinha tudo voltado ao mesmo.
No fundo, parece-me que a subida irresitível destes partidos, cujos representantes roçam, por vezes, numa patética fraqueza de espírito, são o equivalente à direita dos "altermundialistas" e outros esquerdistas. Trata-se de duas formas de resistir à mudança - ambas destinadas a fracassar, e ambas destinadas a fazer muito mal, enquanto durarem.
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