Fui ver o "Little Miss Sunshine". O filme é fabuloso. Fez-me pensar nos primeiros Soderbergh, no "Lula e na Baleia", em dezenas de outros filmes americanos que vi. Deixemos de lado a historia do cinema independente, e essas coisas que só interessam aos críticos e aos empregados de café (dos cafés da moda, claro).
Os americanos, sejam eles independentes ou não, jovens ou velhos, não perdem muito tempo a tentar perceber, ou explicar, ou mesmo a interrogar-se, porque é que o cinema funciona: eles já sabem que funciona, ponto final.
Eles "perdem" tempo é a explorar as possibilidades do cinema, a criar personagens que são reais, mais reais do que aquelas que cruzamos na rua, a contar histórias fantásticas mas nas quais "acreditamos" porque as histórias são verosímis. Saímos de um desses filmes a saber mais da humanidade, do homem, da complexidade da vida, do que em 50 filmes de ensaio franceses.
(Claro que a clivagem não é essa: é mau cinema versus bom cinema. Resnais, Rohmer e Truffaut são franceses. Mas não estamos aqui para complicar as coisas, ou estamos?)
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.