Não sei, sinceramente, que fazer, e preciso de ajuda: há pessoas que pensam que tudo o que escrevo aqui na primeira pessoa é escrito no primeiro grau. Pensam, por exemplo, que só tomo banho uma vez por semana porque mais seria um desperdício de água, ou que os retratos ficcionados que aqui deixo são auto-retratos, e dizem - isto é verdade, acreditem ou não - que os males de Portugal vêm de haver muitos indíviduos como eu à solta. Devem acreditar também que ando à caça de caixeiras nos supermercados, e sei lá que mais. Confesso que acho o equívoco delicioso, e a primeira reacção foi não dizer nada.
Deus meu... que era um mau escritor, eu sabia (também não pretendo ser um escritor de todo - ou já não pretendo, obrigado Don Vivo); agora ser tomado por um Orson Welles da blogosfera enche-me de espanto, seja Deus louvado. Há muito tempo que me delicio com a expressão "Playboy da Reboleira", ou "D. Juan das praias" que ouvi a algumas miúdas (não, por favor, não referindo-se a mim. Ou terá sido?). Vou juntar mais uma: "Orson Welles da bloga" (não o faço: tenho-lhe demasiado respeito e admiração, coitado).
Mas primeiro tenho que parar de rir. Eu sabia que um dia cairia num pecado que muito critico: rir-me da parvoíce, ignorância ou falta de cultura alheias - parece-me um pouco como gozar com a pobreza (material ou de espírito). Acho que só se deve troçar das coisas que dependem de alguém, sei lá, de umas calças roxas, por exemplo, ou de camisas às flores, ou de um amor desmedido por animais (animais no sentido literal, just in case). E ninguém escolheu ser parvo: é, pronto, sei lá, nasceu assim, ou foi educado para o ser. Tal como a cultura: acho que se pode gozar com quem exibe uma cultura que não tem, mas não com quem não é culto de todo.
Enfim, não sei que fazer, e todas as sugestões são bem-vindas (menos, claro, escrever no fim de cada texto: “isto é para ser lido no primeiro grau”; “isto é ironia”; “isto é ficção”; "isto é verdade" – a ser assim, teria que juntar, a cada post: “isto é uma merda”, e disso não tenho vontade: os leitores que se apercebam por si próprios).
Se calhar nem é assim tão mau: afinal de contas, há pessoas que acreditam. Obrigado! Salvaram-me um sábado do qual não esperava nada de bom. Rir talvez não seja o melhor remédio, mas é um grande, grande remédio.
Deus meu... que era um mau escritor, eu sabia (também não pretendo ser um escritor de todo - ou já não pretendo, obrigado Don Vivo); agora ser tomado por um Orson Welles da blogosfera enche-me de espanto, seja Deus louvado. Há muito tempo que me delicio com a expressão "Playboy da Reboleira", ou "D. Juan das praias" que ouvi a algumas miúdas (não, por favor, não referindo-se a mim. Ou terá sido?). Vou juntar mais uma: "Orson Welles da bloga" (não o faço: tenho-lhe demasiado respeito e admiração, coitado).
Mas primeiro tenho que parar de rir. Eu sabia que um dia cairia num pecado que muito critico: rir-me da parvoíce, ignorância ou falta de cultura alheias - parece-me um pouco como gozar com a pobreza (material ou de espírito). Acho que só se deve troçar das coisas que dependem de alguém, sei lá, de umas calças roxas, por exemplo, ou de camisas às flores, ou de um amor desmedido por animais (animais no sentido literal, just in case). E ninguém escolheu ser parvo: é, pronto, sei lá, nasceu assim, ou foi educado para o ser. Tal como a cultura: acho que se pode gozar com quem exibe uma cultura que não tem, mas não com quem não é culto de todo.
Enfim, não sei que fazer, e todas as sugestões são bem-vindas (menos, claro, escrever no fim de cada texto: “isto é para ser lido no primeiro grau”; “isto é ironia”; “isto é ficção”; "isto é verdade" – a ser assim, teria que juntar, a cada post: “isto é uma merda”, e disso não tenho vontade: os leitores que se apercebam por si próprios).
Se calhar nem é assim tão mau: afinal de contas, há pessoas que acreditam. Obrigado! Salvaram-me um sábado do qual não esperava nada de bom. Rir talvez não seja o melhor remédio, mas é um grande, grande remédio.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.