Mentiria se dissesse que não sei quem é Tony Carreira: acho - hoje tenho a certeza - que é um cantor; e sei que tem um filho, chamado Mike se a memória não me falha. O que eu de todo não sabia é o vasto poder de atracção que o senhor, a julgar pela multidão que hoje se juntou à frente do Coliseu, em Lisboa, tem.
A força de venda ambulante da rua das Portas de Sto. Antão foi toda mobilizada para a distribuição de cachecóis "Tony Carreira". E, a certa altura passou por mim um Mercedes muito grande com um senhor lá dentro que eu pensei ser um Ministro, ou coisa que o valha - até o insultei, mentalmente, claro "não podes ir a pé, ...?"; mas afinal era o dito Tony Carreira, a julgar pelos gritos que se ouviam na rua.
O que mais me fascinou foi a amplitude do leque de pessoas que ali estava: tanto em termos de idade - havia gente desde a pré-adolescência obesa e borbulhenta até à quarta idade bengalada e carcomida; como de estratos sociais - enfim, reconheço que para além do dito Tony Carreira não vi muitos A e B, mas do C para baixo todos os segmentos estavam representados; como, ainda, da distribuição geográfica (e neste aspecto o título do post é enganador) - havia pelo menos uma pessoa, ou um grupo, do Norte.
Penso que eram do Norte porque uma senhora, de cachecol "Tony Carreira" nos cabelos como se fosse um lenço, copo de cerveja (de plástico) na mão e uma pequena audiência à volta dizia, alto e bom som, que os homens do Norte é que são bons. Quando olhei para ela - com um vasto sorriso, de passagem seja dito - ela perguntou-me "não acha?". Respondi-lhe que não sabia, nunca tinha experimentado (o que é verdade). "Pois eu garanto-lhe que sim", retorquiu. E pôs-se a cantarolar uma música que falava de "bigodes" e "podes", mas que não percebi bem, nem sequer tenho bigode, aliás.
Havia muita gente, muita - uma Lisboa como há muito tempo não vejo, cheia de "pintas", mânfios", brejeira. E com um cantor que se desloca em carro de Ministro (se calhar é ao contrário, são os Ministros que se deslocam em carro de cantor, vá saber-se).
O frio era pouco e eu estava sentado na esplanada de um restaurante indiano chamado "O Sitar", do qual posso afiançar que pelo menos as chamuças, não sendo extraordinárias, são boas; e comi pela primeira vez no nosso país chicken chat, uma entrada da qual gosto muito.
O melhor restaurante indiano onde já comi chama-se Haandi e fica em Nairobi, num centro comercial em Westland. É um bocadinho como o Méson Andaluz, um restaurante excelente no Centro Comercial de Cascais Shopping. Outro dos meus restaurantes indianos favoritos é em Londres e chama-se India Club, no Strand. Em Lisboa, recomendo vivamente o Haweli, na Graça.
E (nos dias em que Tony Carreira canta no Coliseu) o Sitar, claro.
A força de venda ambulante da rua das Portas de Sto. Antão foi toda mobilizada para a distribuição de cachecóis "Tony Carreira". E, a certa altura passou por mim um Mercedes muito grande com um senhor lá dentro que eu pensei ser um Ministro, ou coisa que o valha - até o insultei, mentalmente, claro "não podes ir a pé, ...?"; mas afinal era o dito Tony Carreira, a julgar pelos gritos que se ouviam na rua.
O que mais me fascinou foi a amplitude do leque de pessoas que ali estava: tanto em termos de idade - havia gente desde a pré-adolescência obesa e borbulhenta até à quarta idade bengalada e carcomida; como de estratos sociais - enfim, reconheço que para além do dito Tony Carreira não vi muitos A e B, mas do C para baixo todos os segmentos estavam representados; como, ainda, da distribuição geográfica (e neste aspecto o título do post é enganador) - havia pelo menos uma pessoa, ou um grupo, do Norte.
Penso que eram do Norte porque uma senhora, de cachecol "Tony Carreira" nos cabelos como se fosse um lenço, copo de cerveja (de plástico) na mão e uma pequena audiência à volta dizia, alto e bom som, que os homens do Norte é que são bons. Quando olhei para ela - com um vasto sorriso, de passagem seja dito - ela perguntou-me "não acha?". Respondi-lhe que não sabia, nunca tinha experimentado (o que é verdade). "Pois eu garanto-lhe que sim", retorquiu. E pôs-se a cantarolar uma música que falava de "bigodes" e "podes", mas que não percebi bem, nem sequer tenho bigode, aliás.
Havia muita gente, muita - uma Lisboa como há muito tempo não vejo, cheia de "pintas", mânfios", brejeira. E com um cantor que se desloca em carro de Ministro (se calhar é ao contrário, são os Ministros que se deslocam em carro de cantor, vá saber-se).
O frio era pouco e eu estava sentado na esplanada de um restaurante indiano chamado "O Sitar", do qual posso afiançar que pelo menos as chamuças, não sendo extraordinárias, são boas; e comi pela primeira vez no nosso país chicken chat, uma entrada da qual gosto muito.
O melhor restaurante indiano onde já comi chama-se Haandi e fica em Nairobi, num centro comercial em Westland. É um bocadinho como o Méson Andaluz, um restaurante excelente no Centro Comercial de Cascais Shopping. Outro dos meus restaurantes indianos favoritos é em Londres e chama-se India Club, no Strand. Em Lisboa, recomendo vivamente o Haweli, na Graça.
E (nos dias em que Tony Carreira canta no Coliseu) o Sitar, claro.
Há sucessos inexplicáveis, Luís, sobretudo porque têm de se basear mais no poder de sedução do intérprete (que não vislumbro) do que no refinamento das suas músicas (que, se são aquelas músicas malandras que julgo que são, não é nenhum). Cá para mim, esse Mercedes «ministeriável» tem um papel neste combinado. :-)
ResponderEliminarAdmira-me tanto estadão, Luis: o homem está a braços com uma grave acusação de plágio (mais do que um, até), que o tem acabrunhado porque não tem como defender-se... parece que é absolutamente verdadeira e que ele foi burro, além de desonesto: copiou letras e músicas praticamente completas (!) de um cantor sul-americano a quem saíu a sorte grande com esta graça, já que exige ao galã português uma fatia choruda dos lucros que teve com as suas canções. Música pimba é que está a dar, não há dúvida...
ResponderEliminar