Uma vez aconteceu-me uma coisa gira, em Ceuta: contratámos um táxi para nos fazer um passeio turístico, para o dia seguinte.
E no dia seguinte lá estava o senhor, à hora combinada. Ele, o táxi e um nevoeiro de não se ver a ponta do nariz. Nós quisémos, claro, anular o passeio, mas o senhor queixou-se muito, tinha muitos filhos e precisava de trabalhar. Depois propusémos-lhe pagar o passeio por inteiro mas não o fazer - proposta essa que o indignou ao mais alto ponto: ele, Mohammed (provavelmente), receber dinheiro e não efectuar o serviço? nem pensar - além de que o nevoeiro iria, certamente, levantar-se.
Aceitámos, claro. O dono do barco, a mulher dele e eu, praticante de tripulante. O nevoeiro não levantou, claro, mas passámos uma manhã inteira a ir aos sítios e com o guia a dizer-nos: "agora não se vê. Mas se se visse, ali - e apontava com o dedo uma direcção - veriam isto; ali - outra direcção - veriam aquilo" e assim de seguida, a manhã toda. Até que a certa altura dissémos aos senhor que chegava, e dessa vez não houve recuos - foi mesmo deixar-nos a bordo.
Foi o passeio turístico mais hilariante de toda a minha vida - e tocante, a seriedade com que ele nos descrevia o que nós veríamos se não houvesse nevoeiro era comovente.
Foram precisamente essas descrições hilariantes que eu tive de vários castelos na Escócia, num tour de autocarro, sendo que a única coisa que se via do lado de fora do vidro era uma parede branca, compacta...
Aconteceu-me uma coisa parecida na Escócia... mas por causa do nevoeiro. Pelo menos foi por razões naturais!
ResponderEliminarUma vez aconteceu-me uma coisa gira, em Ceuta: contratámos um táxi para nos fazer um passeio turístico, para o dia seguinte.
ResponderEliminarE no dia seguinte lá estava o senhor, à hora combinada. Ele, o táxi e um nevoeiro de não se ver a ponta do nariz. Nós quisémos, claro, anular o passeio, mas o senhor queixou-se muito, tinha muitos filhos e precisava de trabalhar. Depois propusémos-lhe pagar o passeio por inteiro mas não o fazer - proposta essa que o indignou ao mais alto ponto: ele, Mohammed (provavelmente), receber dinheiro e não efectuar o serviço? nem pensar - além de que o nevoeiro iria, certamente, levantar-se.
Aceitámos, claro. O dono do barco, a mulher dele e eu, praticante de tripulante. O nevoeiro não levantou, claro, mas passámos uma manhã inteira a ir aos sítios e com o guia a dizer-nos: "agora não se vê. Mas se se visse, ali - e apontava com o dedo uma direcção - veriam isto; ali - outra direcção - veriam aquilo" e assim de seguida, a manhã toda. Até que a certa altura dissémos aos senhor que chegava, e dessa vez não houve recuos - foi mesmo deixar-nos a bordo.
Foi o passeio turístico mais hilariante de toda a minha vida - e tocante, a seriedade com que ele nos descrevia o que nós veríamos se não houvesse nevoeiro era comovente.
Foram precisamente essas descrições hilariantes que eu tive de vários castelos na Escócia, num tour de autocarro, sendo que a única coisa que se via do lado de fora do vidro era uma parede branca, compacta...
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