I
"Se continuas assim ainda acabo a gostar de ti", disse-me. Respondi: "Não, não acabas. Não começas sequer. Mas não te preocupes com isso: prefiro assim. Ainda acabavas a fazer uma coisa que eu próprio não faço".
II
Depois do pequeno-almoço já tinha, claro, mudado de opinião. Disse-lhe: "Não sei se te amo ou não. Não quero saber. Não quero amar-te. Talvez o amor seja como um duche quente num dia quente de verão: dispensável; ou como um duche frio no inverno. Não sei."
Não sabemos nunca. Não se aprende. O amor é como um dia no oceano: tudo parece igual ao que o precedeu ou ao que está para vir, e não é. Cada dia, como cada corpo, cada pele, olhar, desejo, gesto são diferentes do outro.
Não sabemos nunca. Não se aprende. O amor é como um dia no oceano: tudo parece igual ao que o precedeu ou ao que está para vir, e não é. Cada dia, como cada corpo, cada pele, olhar, desejo, gesto são diferentes do outro.
III
É uma porra. Quem me matasse o desejo ganharia o Nobel da Paz. Ou o meu amor eterno, vá saber-se.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.