4.5.12

São Luís, Maranhão, Brasil, 03-05-2012

Voltei ao Odeon. O espaço é giro, mas só por crueldade ou masoquismo se pode pensar no Pavilhão Chinês quando se lá entra. Em São Luís oscilo entre uma e outra, permanentemente. Deve ser isso que me cansa.

Que ao fim de um mês eu esteja a descobrir coisas no Reviver diz mais sobre mim do que sobre o Reviver; ou sobre mim no Reviver. Salvo raras excepções as descobertas são cruéis, e sem excepções masoquistas. Pouco me importa, na verdade. Fechei a loja. São Luís já está na fábrica de recordações, e de nunca lá sairá, provavelmente.

Já alguém em Parnaíba me tinha dito - lembro-me como se fosse hoje, mas não me lembro de quem foi - que no Maranhão as coisas andam devagar. "Não penses que por ires para uma cidade maior do que Parnaíba vais para a Europa" - talvez não tenha sido assim dito, mas foi esta a ideia -. Europa? Quem é que falou de Europa?

Mais valia falarem do planeta Marte, ou Saturno.

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Ontem apanhei-me a invejar os turistas. É tão bom, visitar um lugar qualquer. Resumir a interacção com os locais a "traga-me uma caipirinha, por favor"; ou "não falhe, olhe que o avião é às tantas".

Também descobri que sou velo-dependente, mas preciso de mais tempo para elaborar. Por agora, só uma decisão: qualquer estadia superior a três semanas vence bicicleta, seja ela qual for.

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Resumindo: qualquer dia vou-me embora. E depois desse dia serei capaz de escrever sobre São Luís, Parnaíba e outros locais infelizes.


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