Creio que é a primeira vez: assisto a uma peça de teatro em que a quantidade de espectadores era igual à de actores - dois. A antítese da peça de ontem: o grau zero do teatro, o prazer do teatro, o prazer carnal do teatro. Como não pensar em Barthes?
A peça é um diálogo entre dois sem-abrigo, numa noite de Natal; celebra a amizade, a liberdade e passa pela rama dois ou três acessórios, como a família, a vida sexual dos portugueses ou o enterro de anões. A representação foi escorreita, naturalista, directa. O autor é um brasileiro chamado Celso Cruz, um senhor que maneja magistralmente o humor e a ironia.
No Gota (não liguem à pontuação, por favor), um grupo de teatro amador do qual fiquei fã.
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O B.Leza tem o invejável dom de saber escolher os seus locais. Agora está no Cais do Sodré, com uma vista magnífica sobre o rio e a ponte. É dos locais mais transversais que conheço: novos e velhos, brancos e pretos, ricos e pobres; o mundo inteiro encontra-se, cruza-se, bebe e dança no B.Leza.
Lisboa está quase no fim, pelo menos por agora; e o que é bom fica para o fim.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.