30.12.13

Breve tratado de marinharia para uso das novas gerações

Rizar: riza-se para andar mais depressa.

Coletes: os coletes são como as camisas-de-vénus - usam-se imperativamente quando são precisos, e só quando são precisos. Mais importante do que pôr coletes para inglês ver é aprender a andar num barco.

Velas: um veleiro deve ter os panos que o tempo pede; nem mais nem menos. Mas se for preciso escolher uma dessas alternativas, mais vale ter a mais do que a menos. É possível tirar força a uma vela, mas não é possível pôr força onde não há panos.

E é essencial saber mareá-las, porra!

Instrumentos: o GPS, o radar, o AIS são complementos dos nossos conhecimentos. Não são substitutos da nossa ignorância.

Básicos: as bases são importantes. É preciso saber a diferença entre o Norte magnético e o verdadeiro, o que é o abatimento, a diferença entre proa e rumo, o que é o vento real e o aparente, conhecer a escala de Beaufort e por aí fora.

Quartos: não se deve ler, ouvir música nem (ligeira tosse embaraçada) escrever quando se está de quarto em cima. Estar de quarto não é estar num barco, é estar com um barco.

Centro vélico e centro de deriva: pelo menos saber que existem e o que são. É um mínimo.

Bolas, não é complicado. Basta pensar que um barco não é uma roulotte nem uma mobile home. É um barco e está no mar.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.