Pela primeira vez em muitas dezenas de anos dormi num dormitório. Não havia alternativa: por menos do que o preço de uma noite no hotel Camino Real durmo duas, e com pequeno almoço incluído. Não é experiência que tenha muita vontade de repetir; mas na verdade tão pouco foi o horror que antevia. Pelo menos não cheirava mal e não havia ressonadores; a qualidade do pequeno-almoço não me surpreendeu: quem paga amendoins tem amendoins (neste caso sob a forma de manteiga); e pão de forma branco e bananas. E café decente, isso sim estranho.
Fiz duas viagens com mochileiros; agora chegou o momento de ficar a conhecê-los por dentro; salvo seja, claro.
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Volto mais leve a Lisboa. Em todos os sentidos: dei quase toda a minha roupa à Nike para fazer trapos. ("Não é cedo de mais", oiço daqui alguém murmurar). Salvaram-se a t-shirt verde da esperança e duas ou três outras.
A mudança de pele progride.
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O elástico de Shelter Bay atacou de novo, desta vez de uma forma inesperada: uma proposta de trabalho. A perspectiva de trabalhar no Panamá não me excita por aí além, mas o trabalho em si é apaixonante: gestor de projecto para o refit de três embarcações - um Bavaria 50 e duas lanchas a motor. "Orçamentos confortáveis", diz-me E., o adorável responsável técnico da marina.
A ver. Vamos discutir os pormenores. De qualquer forma tenho um bilhete de volta, cortesia das estratégias de preços das companhias aéreas que fazem um bilhete de ida e volta mais barato do que um só de ida (um dia alguém terá com certeza meio dia livre para me explicar isto, mas fica para depois).
Até lá Palma mantém-se o próximo destino.
E Lisboa a próxima escala.
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No albergue onde estou vejo o anúncio de um Flot 18 para venda. Chama-se Nazaré e foi construído em Portugal.
Se fosse dado a místicas comprava-o; se tivesse dinheiro também.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.