Novo jantar no Oak, solitário (mais ou menos imprevistamente). Não me incomoda particularmente estar sozinho. Não é estar sozinho que me chateia.
Mas não me apetece muito tecer bordados sobre a diferença entre estar sozinho e solidão, de maneira fico por aqui: um excelente jantar, bom vinho (espumante argentino cujo nome infelizmente não retive) e por fim uma breve passagem na festa da Guest House.
Tirando a cor das peles e a algumas roupas podia estar na Suíça, em Portugal ou em França. Não tenho nada contra a globalização, antes bastante pelo contrário. Mas lamento esta uniformização. Estas cópias que ainda por cima nem fiéis são.
Uma pedra de crack custa dois reais. Eu comprei uma tequilla, três cigarrilhas (das quais fumei uma e guardo duas) e um pau de incenso. Quatorze reais. Com a entrada na festa, vinte e nove reais. Quatorze pedras e meia de crack. Não digo que vi quatorze pessoas a fumar crack nos cinco minutos que andei entre a festa e a pousada; mas não estive muito longe.
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H. parece estar zangada comigo. Não sei, não lhe perguntei. Tenho imensa pena. O meu stock de paciência está cada vez mais pequeno, e contra isso pouco posso fazer.
Além de que tive a impressão - estaria enganado? - de que ir jantar comigo não era a sua principal prioridade. Infelizmente, para mim ir jantar com ela tão pouco era uma prioridade. Há vezes em que um desencontro é um encontro.
Isto dito, H. é gira. Lamento a minha falta de paciência.
Cedi-lhe o meu quarto e vim dormir para a sala. Tenho que começar a trabalhar o excesso de generosidade, agora que o de paciência está resolvido.
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Estou em S. Luís há pouco mais de dois meses. Vou cá ficar - em princípio - mais dois ou três. Começo a estar em casa.
Casa sendo o sítio do qual se sabe porque não se gosta e não se sabe porque se gosta.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.