Um dinghy de 17' com um motor de noventa cavalos que não é bem um dinghy, é um tapete voador; um dia lindo; percorrer a laguna nos ditos dinghy e dia.
Tudo isto precedido por uma soberba carbonnade (de porco, pela primeira vez na vida. Deliciosa). E sucedido por um rum punch com mais rum do que punch, porque na verdade o que me faz mal na mistura são os sumos de frutas, açúcar puro. O rum não: é açúcar destilado, sem demónios.
Esticando um bocadinho a definição de trabalho posso mesmo dizer que tudo isto foi trabalho.
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Como levar a sério a burocracia francesa?
Sinto-me como se estivesse a combater um tanque armado com uma fisga. Terei uma quantidade infinita de pedras? Se sim, ganho. Se não perco.
Uma vez mais confirmo a minha opinião sobre os governos, todos: não há declaração de intenções, de objectivos, de projectos, programas e mai-la puta que os pariu que não seja balela.
A próxima vez que ouvir o palerma do Hollande falar de luta contra a exclusão social esfrego-lhe a minha história nas ventas. Anda aqui um pobre skipper solitário e longe de casa a tentar integrar-se na sociedade francesa e só lhe aparecem obstáculos pela frente.
Parece que estou a subir uma escada rolante descendente. Só temo que isto se transforme num desafio. Queira deus que não.
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Hoje explicava ao Greg porque não podia pagar o alojamento e ele, mal eu começara, perguntou-me "Estás a trabalhar do lado francês? Então não há problema".
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Vou deixar o dinghy / tapete voador antes do segundo rum punch (e na happy hour, ainda por cima). Sou um fraco carácter, mas profissional.
De qualquer forma a partir de amanhã vou ter uma semana de dias loucos, nos quais o profissionalismo se mede pela capacidade de gerir o caos e não de o criar.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.