- Qual a sua profissão? - pergunta-me a senhora do banco. O que faço é totalmente irrelevante para o que fui ali fazer. Costumo responder "escritor de viagens", porque normalmente quem me pergunta isso são os os funcionários da imigração nos aeroportos ou portos das ilhas e "escritor de viagens" intimida-os.
- Marinheiro - respondi. Mas acrescentei - De férias -, não fosse a senhora pensar que estava a mentir-lhe, coisa que a acontecer me deixaria sobremaneira preocupado e inseguro.
(Também me perguntou a morada. Não disse o habitual "Avenida da Liberdade, nº 1, Lisboa", mas - Quinta do Almeida, Évora -, porque quando entrei no banco estava um senhor a varrer o passeio e achei que ele merecia e além disso penso que se deve passar férias no sítio onde se mora, ou assim, apesar de a senhora de certeza não se lembrar do que eu lhe dissera segundos antes sobre a profissão e o estado e para ela estar de férias e morar na quinta do Almeida são a mesma coisa. Se não forem espero que comecem a ser.).
Um dia hei-de perceber para que querem eles saber essas coisas. Infelizmente vai demorar, porque sou muito lento a perceber as coisas. Essas coisas, quero dizer. As outras não as percebo de todo.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.