O dinheiro é uma substância simples que serve para transformar trabalho em rum (no meu caso. Há quem prefira barcos ou, menos compreensivelmente, casas e carros).
Se o rum vier com a forma, a cor e o sabor de um rum punch do Lagoonies o dinheiro vale um bocadinho mais; ou um copo de vinho no café Tati, em Lisboa. Se não, não faz mal. Paciência. Transforma-se no que houver, onde houver.
Afora isso não lhe vejo grande utilidade e não percebo a obsessão que a maioria das pessoas tem por uma coisa que desaparece mais depressa do que a Virgem Maria de uma cerimónia voodoo.
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Pouco a pouco o S. M. volta a parecer um barco. Ainda falta uma série de coisas, claro. E não forçosamente as mais simples. Mas não deixo de apreciar a beleza de um circuito que começa com uma coisa da qual se gosta e desagua noutra da qual se gosta o mesmo. Aperto um parafuso agora e daqui a meia dúzia de horas (isto é uma média. Se contasse desde o início andaria mais perto de uma dúzia inteira) esse parafuso materializa-se num copo de rum.
Talvez no fundo a pedra filosofal seja apenas uma garrafa de Mount Gay e os alquimistas da Idade Média só não o descobriram porque não conheciam as Antilhas.
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Daqui a umas semanas direi a mesma coisa de um Ouzo numa taverna qualquer da Plaka.
Talvez. Só terei a certeza quando lá chegar.
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"Pai, vocês vivem num planeta paralelo", dizia-me a minha filha há uns anos em Antigua (vocês sendo as pessoas que como eu vivem onde trabalham, em vez de trabalhar onde vivem, suponho).
Talvez não. Talvez no fim nós vivamos neste planeta mais do que quem dele só vê uma janela.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.