1.7.16

Diário de Bordos - Lisboa, 30-06-2016 / II

Portugal ganhou um jogo de futebol e o metro enche-se de idiotas ruidosos com as caras pintadas, bandeiras atadas às costas, cachecóis ao pescoço e assim por diante.

Isto tanto homens como mulheres. Suporto menos a selvajaria nelas do que neles. O futebol é um desporto de selvagens (ia dizer bárbaros, É uma incorreção. Bárbaros é a versão culta de selvagem). Uma mulher selvagem é quase um oxímoro, ou pelo menos devia ser.

Não consigo perceber estes comportamentos por causa de uma equipa de futebol (ia dizer alienação, mas não digo e pela mesma razão de há pouco: demasiado sofisticado para o contexto. Além de que alienação é um conceito de esquerda, deve ser usado com moderação).

Enfim, não me queixo. Apesar da Ménière a noite foi muito boa. Jantei com o Nuno M. G. e namorada, adorável (também outra coisa não seria de esperar). Não havia ecrãs, o futebol chegava-nos em diferido e só a cada golo de Portugal (admitidamente uma caterva deles). Disse os poemas depressa de mais porque estava nervoso e a Ménière ainda não estava apaziguada como está agora.

Amanhã há mais poesia e menos futebol: o pessimismo é um refúgio falaz.

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