25.2.17

Queijo, política, vinho

E o queijo, também. Não pode ser só política. Os queijos: os daqui perto, da Savoie - Reblochons, as diferentes tommes, Beaumont -; os de mais longe: um sublime Camembert, um Epoisses que está para os queijos como Tomás de Aquino para o debate sobre a existência de Deus. Um Morbier que só não é melhor porque me traz à memória o melhor Morbier que já comi, já muitos anos lá vão.

raclette de Chez Roy, a melhor queijaria de Genève e de todo o espaço entre Genève e a Lua com a possível excepção da queijaria da Rue Daguerre, em Paris; ou a fondue, ditto.

Reabituo-mo aos queijos como um quase-afogado à vida.

Mas a política também. Este sistema político devia ser imposto a todos os países do mundo, pela força se necessário. Ou pelo menos a Portugal, que tanto beneficiaria de ter políticos sem poder. Visto daqui os debates da semana - os SMS, os dez mil milhões - e os que não são debates mas deviam ser - os transportes públicos em Lisboa, por exemplo - parecem histórias de ficção científica, coisas que aconteceram em planetas longínquos há milhares de anos.

E os vinhos, meu Deus, os vinhos. Não falo só do Haut-Marbuzet, ao qual não tenho acesso de per me. Mas falo dos outros todos, vinhos que a dez euros a garrafa no máximo me fazem sentir um homem rico. Os vinhos portugueses são bons, claro. Mas os franceses e os italianos e alguns suíços.

Ontem bebi um branco da Savoie chamado Abymes (enfim, não é bem assim. Tenho de voltar ao supermercado) que me fez pensar na definição daquele crítico inglês de vinhos: "Um bom vinho é aquele que me faz dar um salto na cadeira". Eu dei.

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