7.7.17

Vento, Lua e noite, verdade e territórios, jantar

O quadro parece simples: uma lua quase cheia, demasiado calor para a cidade, um jantar com o ser que nos conhece melhor em tudo o que está por baixo dessa Lua. O jantar estava bom, mas não era só o jantar. Era tudo o que o precedeu. Trinta e quatro anos.

Um amor evolui como um vinho: ou melhora com o tempo ou fica vinagre. Quando melhora transforma-se em amizade. Mas é uma amizade diferente das outras, talvez porque já por ali passaram outras linhas, outros pesos, outras fintas.

Não se pode mentir a quem nos conhece como se nos tivesse feito, tal como não se deve mentir a quem não nos conhece de todo. Esses são os territórios da verdade. Não há melhor terra do que a da verdade.

O resto é vento numa noite quente de Lua quase cheia.

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