7.11.17

Solidão dos centros

Queria começar pela Lua Cheia mas foi  há mais de dois dias e não me apetece nada começar pelo que já foi há muito tempo. Podia falar do jantar de domingo no Tambarina, bom e barato como sempre e com amigos queridos que não via há muito temporário, mas isto também já passou.

Na verdade é melhor falar do que foi ou pensar no que vai ser?

Não sei. Ignoro tudo do tempo: quanto mais ando para a frente mais penso no passado e menos este me interessa e mais o futuro tão pouco me interessa. A velha ideia do círculo: os extremos tocam-se. Apenas o centro está imune, só, livre. Raios, diâmetros e circunferências não passam de prisioneiros de uma fórmula ou duas. Pi erre ao quadrado, dois pi erre.

Tagarelice. Podemos elaborar sobre a liberdade do centro de uma circunferência, do encontro de finalidades que um círculo representa, do tempo, à volta do qual andamos quando ele anda à nossa volta: somos nós o centro. Sós, livres, imunes.

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