28.12.17

Geografias

Acorda a meio da noite lamentando ligeiramente não estar no Transiberiano, numa praia de Antigua ou num barco feliz a meio do Atlântico. Ligeiro, o lamento; quase sem peso, como a névoa não muito densa que mesmo sem ver sabe que está lá fora à espera do dia para se dissolver. É a possibilidade de movimento que lhe falta, mais do que um leito que se mexe impaciente ou inconformado. Não sabe onde deveria estar mas sabe que não está onde quer.

Querer e estar conjugam-se a ritmos diferentes, têm geografias desirmanadas: por onde anda um não está o outro.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.