28.1.18

Morte, sorte

Deitado na mesa de autópsia,  insensível à dor mas não ao prazer apercebeu-se de que o médico estava deliciado: a cada golpe via uma ilha nova, uma paisagem inesperada,um nascer do sol no mar, uma garrafa de rum e um prato de limas sumarentas, um par de mamas diferente.

Morrer assim é quase uma obrigação, pensava o autopsiador grato por lhe ter cabido tanta vida em sorte.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.