"O excesso de confiança mata o homem e engravida a mulher", diz-me Pepe quando lhe conto da ida ao molho. Teria preferido um outro verbo em vez de "Mata", seria um melhor pendant para o "engravidar" que se lhe segue.
O pior, como sempre, são os ses: se estivesse grosso provavelmente não teria acontecido porque teria tido mais cuidado - não é inteiramente verdade. Uma vez no Texas fui à água de bicicleta e tudo (felizmente era daquelas mais leves do que o ar e foi fácil tirá-la de lá); se o computador não fosse meu teria tido mais cuidado - genericamente verdade, sou mais cuidadoso com o que é meu. Mas bom, para não fugirmos muito: a bicicleta supra-citada não era minha -. Enfim, seja como for: um gajo cair à água porque está grosso é mais aceitável do que cair à água por asneira, excesso de confiança (também conhecido por arrogância), paixão pelo risco (isto é, má avaliação do dito) ou simples e mais provavelmente estupidez.
Já tenho metade do problema resolvido, pelo menos provisoriamente: aluguei um laptop que chega perfeitamente para o que dele necessito; falta-me o telefone. O chip funciona, já o experimentei.
Agora é esperar que a espessa camada de auto-confiança que me cobre saia com mais um furo ou dois, como buracos de bala num armadura da Idade Média. Já tem muitos, verdade seja dita; mas ao contrário do que penso não são de mais.
A verdade é que as minhas experiências de queda no "elemento líquido" são raras, todas salvo uma nos pontões e quase sempre - há excepções, esta é uma delas - provocadas por um excesso de outro elemento líquido. Uma vez na Horta não vi o fim de um finger e entrei na água a andar, o mais direito possível. Felizmente nessa altura não havia computadores portáteis. Também já caí porque a balaustrada estava fraca, mas aí não tinha o telefone - aprendi faz algum tempo a não trabalhar com os telefones no bolso. Foi uma aprendizagem rápida: bastou-me perder alguns vinte. (Mas aprendi: a prova é que este Samsung que foi ao charco estava comigo há três anos). Para não re-mencionar a gloriosa entrada na água com uma bicicleta de titânio e carbono em Galveston, Texas, provocada por uma súbita fuga do pontão para a esquerda, ou direita, já não sei. Não caí à água: entrei nela, como na Horta. Os pescadores - de que o pontão estava cheio - ajudaram-me a sair. O mais fascinante foi que no dia seguinte não houve uma única menção ao incidente. Nada. Ninguém mencionou seja o que for. Quando fui agradecer a um deles respondeu-me "Não me lembro de nada".
.........
Enfim, o importante é que a marca da bala cá fique. E que a próxima queda seja daqui a vinte anos, no mínimo, quando os computadores portáteis forem à prova de água, vinho e excesso de confiança.
O pior, como sempre, são os ses: se estivesse grosso provavelmente não teria acontecido porque teria tido mais cuidado - não é inteiramente verdade. Uma vez no Texas fui à água de bicicleta e tudo (felizmente era daquelas mais leves do que o ar e foi fácil tirá-la de lá); se o computador não fosse meu teria tido mais cuidado - genericamente verdade, sou mais cuidadoso com o que é meu. Mas bom, para não fugirmos muito: a bicicleta supra-citada não era minha -. Enfim, seja como for: um gajo cair à água porque está grosso é mais aceitável do que cair à água por asneira, excesso de confiança (também conhecido por arrogância), paixão pelo risco (isto é, má avaliação do dito) ou simples e mais provavelmente estupidez.
Já tenho metade do problema resolvido, pelo menos provisoriamente: aluguei um laptop que chega perfeitamente para o que dele necessito; falta-me o telefone. O chip funciona, já o experimentei.
Agora é esperar que a espessa camada de auto-confiança que me cobre saia com mais um furo ou dois, como buracos de bala num armadura da Idade Média. Já tem muitos, verdade seja dita; mas ao contrário do que penso não são de mais.
A verdade é que as minhas experiências de queda no "elemento líquido" são raras, todas salvo uma nos pontões e quase sempre - há excepções, esta é uma delas - provocadas por um excesso de outro elemento líquido. Uma vez na Horta não vi o fim de um finger e entrei na água a andar, o mais direito possível. Felizmente nessa altura não havia computadores portáteis. Também já caí porque a balaustrada estava fraca, mas aí não tinha o telefone - aprendi faz algum tempo a não trabalhar com os telefones no bolso. Foi uma aprendizagem rápida: bastou-me perder alguns vinte. (Mas aprendi: a prova é que este Samsung que foi ao charco estava comigo há três anos). Para não re-mencionar a gloriosa entrada na água com uma bicicleta de titânio e carbono em Galveston, Texas, provocada por uma súbita fuga do pontão para a esquerda, ou direita, já não sei. Não caí à água: entrei nela, como na Horta. Os pescadores - de que o pontão estava cheio - ajudaram-me a sair. O mais fascinante foi que no dia seguinte não houve uma única menção ao incidente. Nada. Ninguém mencionou seja o que for. Quando fui agradecer a um deles respondeu-me "Não me lembro de nada".
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Enfim, o importante é que a marca da bala cá fique. E que a próxima queda seja daqui a vinte anos, no mínimo, quando os computadores portáteis forem à prova de água, vinho e excesso de confiança.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.