23.2.19

Ericeira, emoções, planos e outras coisas insignificantes

Ou seja: cheguei à Ericeira. O cozido à Portuguesa do ex-café do Zé não se revelou um obstáculo, muito antes pelo contrário: pôs-me asas nos pés.

Já sobre a aguardente "especial de corrida"  é legítimo ter dúvidas. Tive um pequeno incidente com uma jovem condutora num cruzamento e se bem seja difícil (e totalmente supérfluo) atribuir culpas é inegável que um pouco de atenção da minha parte teria evitado o dito incidente.

Do qual, claro, fui eu a vítima: o pedal esquerdo desapertou-se e vi a minha ausência de plano seriamente posta em risco. Mas isto das bicicletas é como as embarcações de vela: um gajo acaba sempre por encontrar uma solução (a diferença sendo que no mar essa solução é interna e nas burras externa). Uma chave sextavada interior número oito (que os íntimos conhecem por chave Allen) encontrada quatro ou cinco quilómetros depois do acontecimento, no armazém de um senhor que carregava um veículo com destino ao Porto resolveu o assunto. (Quinhentos metros depois comprei um pequeno jogo de chaves Allen, só para deitar a língua de fora ao diabo.)

Depois destas vastas emoções foi só voar, chegar à Ericeira, beber uma água, reservar um quarto num hotel onde em 1974 dormi (e ainda há quem pense que eu sou um homem volúvel, dado a repentismos) e cair numa sesta abençoada.

Ele há não-planos que se revelam melhores do que muitos sim-planos.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.