12.3.19

Diário de Bordos - o dia seguinte à noite de ontem

(No rescaldo das notas nocturnas de ontem, uma coisa boa: a malvada gigantesca cadela negra que me acompanhou estes últimos dias está reduzida ao tamanho de uma Chihuahua anã).

O dia começa alegre e leve, a acenar-me com trabalho e sol, uma boa combinação. A idiotice de quem faz ou importa regulamentação económica dá uma noção aproximada da dimensão do universo. Por defeito, claro. Uma xafarica de trinta lugares é regulada como se se preparasse para envenenar metade do país. Têm um problema de perspectiva, mas verdade seja dita: é transversal. Deputados, sindicatos, opinadores e tutti quanti imaginam-se num país diferente e maior, mais rico do que o nosso é.

Os únicos que o vêem bem são os futebolistas e os emigrantes.

Vim tomar o pequeno-almoço a um café diferente do habitual, era o mínimo que podia fazer face aos acenos do despertar. Uma das empregadas é mestiça, pequenina, bonita. Passeia-se entre a cozinha e o balcão com um sorriso tão grande como o do meu dia. Salvé!

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