A receita é antiga, já por aqui deve andar. Mas desta vez tinha uma missão ou duas: romper o ciclo de má cozinha, celebrar o meu regresso a Palma - a caixeira do Mercadona alegrou-se quando me viu na fila, se isto não é pertença não sei o que pertença é. Comecei pr marinar o frango (do campo, deixei de comer frango de cidade) em sumo de limão, alho, sal e louro. Meia hora depois levei aquilo tudo a uma frigideira com azeite no qual tinha frito dois dentes de alho. Já com tudo bem dourado inundei de rum - meio copo bem cheio até metade - e flambeei. Tudo isto na frigideira, claro, enquanto na panela ao lado refogavam dois pimentos daqueles do Mediterrâneo e uma boa dose de gengibre em rodelas. Uma vez tudo juntei tudo, cobri com leite de coco, polvilhei com curcuma, cominhos, pimenta e pimentão fumado. Acrescentei um pouco de cardamoma, uma especiaria vítima de injustiça gastronómica - a haver quotas, sugiro que sejam para a cardamoma, que alegra um mau café e dá gosto a qualquer prato em que se meta, um gosto subtil, fino, chic. Deixei cozer, servi com couscous, acompanhei com vinho branco e Chick Corea (substituído, mal acabei, pelo Ornette que agora oiço, o de Dancing in your head, que só não é o melhor disco de jazz de sempre porque isso não existe: há cerca de dez mil candidatos ao título e todos o merecem).
Agora vou à Sandra, salvo seja. Talvez já tenha medronho, orujo ou Bailey's, tudo coisas que não sobreviveram às minhas sucessivas visitas e talvez tenham renascido, depois destas duas semanas de ausência.
Agora vou à Sandra, salvo seja. Talvez já tenha medronho, orujo ou Bailey's, tudo coisas que não sobreviveram às minhas sucessivas visitas e talvez tenham renascido, depois destas duas semanas de ausência.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.