14.3.20

Diário de Bordos- Palma, Mallorca, Baleares, Espanha, 14-07-2020 / II

- Ter calma, olhar de fora, não entrar na vaga, reduzir as saídas mas não a zero, evitar grandes aglomerados de pessoas.

- Doutor, tudo isso é fácil, com excepção dos aglomerados. Onde é que eles estão? Não vejo nem um, grande ou pequeno.

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Será possível apanhar um Covid 4 ou 5? Não o quero todo, só um bocadinho para dar ao meu sistema imunitário com que se entreter estes dias.

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Tarde de sábado e a Plaça d'en Coll vazia. Cinco pessoas nas esplanadas todas, contando comigo e excluindo os três traficantes habituais. Isto vai ser lindo.

Um dia a não falhar: aquele em que o estado de alarma for levantado.

Para já, bebo um Gin e peço uma tapa de calamares. Há que encorajar os resistentes. (Fonte segura diz-me que o quinino é eficaz na luta contra o Covid. Na volta vai a ver-se e o Vermute também é...)

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Uma miúda gira e de saia até ao umbigo vem sentar-se a metro e meio de mim. Tem bonitas as pernas e o resto.

Esperemos que os sessenta e picos anos anos que estatisticamente lhe restam de vida sejam tão bonitos como ela.

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Algo me diz que as semanas que aí vêm vão ser boas, profícuas. Não vejo o I. (búlgaro) a ficar em casa. Já o I. (sul-africano) me disse que sim, talvez, renhau nhau nhau bacalhau ao gato.

O P. precisa dele. Espero que se junte ao clube do bom senso e não aos rebanhos do pânico. Os saffas não são conhecidos por moles.

(Saffa é como são conhecidos os sul-africanos nos meios distintos que frequento.)

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D. vem ver-me. Hoje foi dispensada do trabalho que acabou de encontrar (culpa do Covid, não dela) e aborrece-se em casa, mai-lo rebento. Vêm os dois. Confesso que não me importaria nada de continuar sozinho, olhar de vez em quando para as pernas da vizinha (que agora tem acompanhamento, tenho de disfarçar porque ele esta virado para mim) a beber o meu anti-vírus em paz.

Nafa a fazer: não a teria se tivesse inventado uma desculpa qualquer.

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Os efeitos anti-virais do segundo gin são muito mais visíveis do que os do primeiro. (Ou da água tónica ou lá o que é.) Pergunto-me se os governos não poupariam uma data de massa fazendo uma distribuição generalizada e gratuita de G&T.

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Todas as contas feitas, o pior disto tudo são os do-gooders que não conseguem evitar de o ser e não fazem senão  insultar quem não.

Vivam a vossa vida, porra! e deixem a dos outros em paz.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.