18.10.20

Anarquia, álcool e eleições

Fiz uma eleição interna para escolher a melhor bebida polivalente, todas as categorias incluídas. Como tenho andado a beber um absinto extraordinário, produção artesanal, daquele que fica verde quando se lhe põe a primeira pedra de gelo, 68º - sim, leram bem, sessenta e oito graus - tenderia a escolher este: Absinto Angélique, produzido por Artemisia, Distillerie Artisanale no Val-de-Travers, Suíça.

Na realidade o exercício é filho do ócio, claro. Precisaria de pelo menos um milhão de eleitores para ter uma resposta válida. Os três ou quatro que trago em mim não chegam. Runs, vinhos - a família toda, dos verdes brancos aos eiswein -, whiskies, aguardentes - vínicas ou de frutas, mirabelle à cabeça, ex-aequo com o medronho - vermutes, cervejas, tequilas, vodkas, liquores, bebidas regionais - ouzo, pastis, Très Caires, raki, arak, o Mei Kwei Lu... A única coisa que nunca consegui beber - ou melhor, de que nunca consegui gostar - são aqueles destilados e fermentados africanos e as aguardentes chinesas com cobras e lagartos lá dentro. (Já de mezcal sou fã, incondicional e para sempre, apesar da monumental, histórica e vergonhosa bebedeira que com aquilo apanhei em Jo'burg.)

Como eleger uma? Bebe e cala-te.

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