O meu ponto de partida são dois: a) Isto é uma histeria colectiva global - a
primeira da história - criada, alimentada e incentivada pelos media. (Fiz uma
breve pesquisa sobre as histerias colectivas desde a Idade Média e penso que
esta hipótese é defensável. Algumas histerias tiveram bases concretas. Indesmentivelmente, o vírus existe. É relativamente benigno mas exige períodos de
tratamento longos e equipamento pesado, etc. Histeria é o dispositivo sanitário-mediático que foi
montado à volta dele); b) Mesmo pondo de lado as reticências que a expressão
«consenso científico» suscitam (e por vezes me parecem preciosismos: é por exemplo consensual dizer que a aceleração da gravidade é de 9,8 metros por segundo ao
quadrado,) creio ser igualmente indesmentível que ninguém sabe bem - pelo menos no
chamado grande público - qual é o «consenso científico». Há verificável e quantificavelmente uma censura nos media mainstream a outros pontos de vista. Sabe-se um dos lados da equação - aquele que os governos
passam - mas não o outro. Poucos media falaram, por exemplo, na declaração de
Barrington.
Devo dizer que não sou muito apologista de brandir
argumentos científicos (se bem o faça de vez em quando). Não sou cientista e os meus conhecimentos são nulos e
irrelevantes. Limito-me a verificar que há outros pontos de vista e que esses
pontos de vista são sonegados, apesar de provirem de fontes fiáveis (a menos,
claro, que se decida que quem defende os confinamentos, as máscaras e tutti
quanti são os «bons cientistas» e que o outro lado reúne todos os «maus». Estatisticamente é
pouco provável).
Prefiro portanto focar-me em dois pontos: os media e os danos
colaterais. Estes são inegáveis, tanto financeira - na Alemanha as ajudas
foram imediatas, mas em países como França, Espanha, Itália e Portugal não o
foram - como social como psicologicamente. Os serviços de saúde mental
dessa Europa estão a explodir com o número de pedidos de ajuda. Focar-nos nas moscas e
esquecer os buracos que os tiros de canhão fazem para as matar é - a meu ver -
redutor.
Para além dos danos colaterais (é estranho quanto eles são
esquecidos) há uma reflexão importante a fazer sobre o papel dos media.
Limitar-lhes a liberdade está fora de causa. Talvez se possa ou se deva
exigir-lhes mais responsabilidade, exigência que eles não hesitam em
fazer às grandes empresas, sob a forma de «responsabilidade social».
Não sou «terraplanista», não penso que tudo isto seja
fruto de manipulações e ou conspirações. Existiram muitas histerias colectivas
na história, algumas delas extremamente bem documentadas. Quando discuto este
tema com um esquerdista digo-lhe que os media estão a fazer o que fazem por ganância,
mas esse é um termo que lhes reservo. Com pessoas normais uso «aumentar as
vendas», «sair do buraco onde estavam», «lufada de dinheiro fresco». Gostaria de
ver números sobre a evolução das vendas de publicidade nas TV. A circulação da
imprensa escrita sei que aumentou bastante.
Quando isto acabar, vou ter de
refazer uma grande parte do meu edifício teórico. Um dos pontos a rever vai ser
justamente reavaliar a capacidade dos media influenciarem a opinião pública. O
Trump tinha toda a paisagem mediática mundial contra ele e foi eleito. Numa
escala mais doméstica, acontece o mesmo ao nosso Trump de trazer por casa. Outro tema interessante é estudar o que leva as pessoas a pedir que lhes estraguem a vida (com F grande). Em primeiro lugar deve ver-se o que se entende por «as pessoas». Quem são as pessoas que têm medo? Porque é
que essas pessoas têm medo e outras não? Tem a ver com o segmento
sócio-económico? Com a faixa etária? Com a capacidade de ver as suas opiniões publicadas? Não sei, mas gostaria de saber.
Outra
coisa: porque é que há tantas variações regionais neste vírus? Os sinais mais antigos dele são no
Brasil, em Barcelona e em Itália. Penso que vão aparecer mais em mais lados e que se
confirmará que quem desencadeou o pânico foram as imagens da China, repetidas ad
nauseam e seguidas imediatamente pelas da Itália. O vírus já estava na Europa
antes de Março (o teste da Itália é irrefutável, aparentemente).
PS - Acrescentar Gestão de risco.
os jornalistas, os mais inteligentes, pelo menos, já estao a dizer que fizeram esta intolerável manipulaçao por se terem armado em "defensores da saúde pública". O mantra vai ser este - fomos defensores da saúde pública em vez de arautos da verdade... mas a mim nao me enganam , uma indústria falida que abocanhou as audiencias de todas as formas que pode, sem querer saber nem da verdade nem da saúde pública. As instituiçoes estao ai - a comissao da carteira profissional dos jornalistas tem poder para agir, a ERC tem poder para suspender licenças - mas o problema cala mais fundo: a democracia, com um quarto poder mentiroso, afundado em dividas e pouco, ou nada, mais credível do que as redes sociais ou os blogues, nao funciona, torna-se numa espécie de oligarquia dos mais corruptos. Já era, mas na ultima década tornou-se obvia a assimetria de armas. Assim, mais vale tratar a CS como o que é, uma industria tóxica, e deixa-la morrer de vez.
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