14.12.20

O ponto da (minha) situação - I

O meu ponto de partida são dois: a) Isto é uma histeria colectiva global - a primeira da história - criada, alimentada e incentivada pelos media. (Fiz uma breve pesquisa sobre as histerias colectivas desde a Idade Média e penso que esta hipótese é defensável. Algumas histerias tiveram bases concretas. Indesmentivelmente, o vírus existe. É relativamente benigno mas exige períodos de tratamento longos e equipamento pesado, etc. Histeria é o dispositivo sanitário-mediático que foi montado à volta dele); b) Mesmo pondo de lado as reticências que a expressão «consenso científico» suscitam (e por vezes me parecem preciosismos: é por exemplo consensual dizer que a aceleração da gravidade é de 9,8 metros por segundo ao quadrado,) creio ser igualmente indesmentível que ninguém sabe bem - pelo menos no chamado grande público - qual é o «consenso científico». Há verificável e quantificavelmente uma censura nos media mainstream a outros pontos de vista. Sabe-se um dos lados da equação - aquele que os governos passam - mas não o outro. Poucos media falaram, por exemplo, na declaração de Barrington. 

Devo dizer que não sou muito apologista de brandir argumentos científicos (se bem o faça de vez em quando). Não sou cientista e os meus conhecimentos são nulos e irrelevantes. Limito-me a verificar que há outros pontos de vista e que esses pontos de vista são sonegados, apesar de provirem de fontes fiáveis (a menos, claro, que se decida que quem defende os confinamentos, as máscaras e tutti quanti são os «bons cientistas» e que o outro lado reúne todos os «maus». Estatisticamente é pouco provável). 

Prefiro portanto focar-me em dois pontos: os media e os danos colaterais. Estes são inegáveis, tanto financeira - na Alemanha as ajudas foram imediatas, mas em países como França, Espanha, Itália e Portugal não o foram - como social como psicologicamente. Os serviços de saúde mental dessa Europa estão a explodir com o número de pedidos de ajuda. Focar-nos nas moscas e esquecer os buracos que os tiros de canhão fazem para as matar é - a meu ver - redutor. 

Para além dos danos colaterais (é estranho quanto eles são esquecidos) há uma reflexão importante a fazer sobre o papel dos media. Limitar-lhes a liberdade está fora de causa. Talvez se possa ou se deva exigir-lhes mais responsabilidade, exigência que eles não hesitam em fazer às grandes empresas, sob a forma de «responsabilidade social». 

Não sou «terraplanista», não penso que tudo isto seja fruto de manipulações e ou conspirações. Existiram muitas histerias colectivas na história, algumas delas extremamente bem documentadas. Quando discuto este tema com um esquerdista digo-lhe que os media estão a fazer o que fazem por ganância, mas esse é um termo que lhes reservo. Com pessoas normais uso «aumentar as vendas», «sair do buraco onde estavam», «lufada de dinheiro fresco». Gostaria de ver números sobre a evolução das vendas de publicidade nas TV. A circulação da imprensa escrita sei que aumentou bastante. 

Quando isto acabar, vou ter de refazer uma grande parte do meu edifício teórico. Um dos pontos a rever vai ser justamente reavaliar a capacidade dos media influenciarem a opinião pública. O Trump tinha toda a paisagem mediática mundial contra ele e foi eleito. Numa escala mais doméstica, acontece o mesmo ao nosso Trump de trazer por casa. Outro tema interessante é estudar o que leva as pessoas a pedir que lhes estraguem a vida (com F grande). Em primeiro lugar deve ver-se o que se entende por «as pessoas». Quem são as pessoas que têm medo? Porque é que essas pessoas têm medo e outras não? Tem a ver com o segmento sócio-económico? Com a faixa etária? Com a capacidade de ver as suas opiniões publicadas? Não sei, mas gostaria de saber. 

Outra coisa: porque é que há tantas variações regionais neste vírus? Os sinais mais antigos dele são no Brasil, em Barcelona e em Itália. Penso que vão aparecer mais em mais lados e que se confirmará que quem desencadeou o pânico foram as imagens da China, repetidas ad nauseam e seguidas imediatamente pelas da Itália. O vírus já estava na Europa antes de Março (o teste da Itália é irrefutável, aparentemente).

PS - Acrescentar Gestão de risco.

1 comentário:

  1. os jornalistas, os mais inteligentes, pelo menos, já estao a dizer que fizeram esta intolerável manipulaçao por se terem armado em "defensores da saúde pública". O mantra vai ser este - fomos defensores da saúde pública em vez de arautos da verdade... mas a mim nao me enganam , uma indústria falida que abocanhou as audiencias de todas as formas que pode, sem querer saber nem da verdade nem da saúde pública. As instituiçoes estao ai - a comissao da carteira profissional dos jornalistas tem poder para agir, a ERC tem poder para suspender licenças - mas o problema cala mais fundo: a democracia, com um quarto poder mentiroso, afundado em dividas e pouco, ou nada, mais credível do que as redes sociais ou os blogues, nao funciona, torna-se numa espécie de oligarquia dos mais corruptos. Já era, mas na ultima década tornou-se obvia a assimetria de armas. Assim, mais vale tratar a CS como o que é, uma industria tóxica, e deixa-la morrer de vez.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.