Saí do hotel San Marino todo pimpão: ia ao Tarantino (é assim que se chama) comer um pizza, depois a uma das muitas lojas de fotografia (duas) das cercanias comprar um filme e depois - bravo, signore - fotografar com filme, coisa que não faço há pelo menos quinze anos. Restrições, meu caro. Restrições. Esqueci as restrições, esse magnífico mecanismo com o qual o nosso governo esconde a sua incapacidde de fazer seja o que for, Verdade seja dita: nenhum governo pode fazer seja o que for. O vírus está-se nas tintas para as «medidas»: se lhe fecham uma porta entra pela ajanela, se fecham a janela entra pelas frinchas do telhado. Não há é governos - salvo raras e honrosas excepções - que o reconheçam. Têm a «pressão popular» atiçada ao rubro pela comunicação «social» (entre aspas porque de social não tem nada. «Comunicação associal» seria mais apropriado). «Cem mortos» faz um título melhor do que «trezentos mortos, doas quais cem com Covid» ou «Voltaram os tempos dos hospitais cheios», ou coisa que o valha. Se saísse a fotografar, seria uma reportagem chamada «Porto triste», mas não me apetece. Volto pra o quarto escrever disparates, ler, dormir e ouvir Patxi Andion. «Duerme sin fin, compañera». É o que quero fazer: dormir sem fim. «Acaso una palabra, vendida por un sueldo / podría definirme, ¿ponerme nombre al cuello?» Não vejo nada. Vou restringir-me, não sem antes enviar o senhor António Costa para o prostíbulo que o viu nascer, nas esperança que nunca de lá saia, nunca mais. Ele que se torne pianista de bordel e, como o outro, o do paquete, ali fique fechado, rodeado de putas tão tristes e feias como estas ruas desertas e falidas, não tarda.
Nb: plano para o jantar: acordar a tempo de comprar uma francesinha no café Luso. Diz que são boas. Desde o café Gomes, em Vila Real, acredito na existência de tal coisa: uma francesinha boa. É basicamente como para um positivista acreditar na existência de fantasmas.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.