9.1.21

Diário de Bordos - Porto, 09-01-2021

Resultado do nevão em Madrid: voltei para o hotel. Sesta pré-prandial. Amanhã vou para Lisboa com a Blablacar. Pouco mais de um terço do preço do comboio e liberdade no uso da coisa (já falei com o condutor). Antes de adormecer, insulto-me por não ter pensado antes nisso. Por baixo do hotel, um café chamado Tarrantino (ou algo lá perto) faz boas pizzas, aparentemente. Um sono, uma pizza e um copo de vinho: daqui por hora e meia o mundo terá recuperado a sua calma, eu a minha e tudo isto não será mais do que um imperceptível soluço na longa marcha cósmica.

Amo-te Porto, amo-te vida, amo-te tu inominável porque ainda é cedo para o dizer. ("Amo-te" tem exigências de relógio suíço: ou estás certo ou desapareces.) Algures, a vasta mecânica celestial toca uma canção de embalar só para mim. Algures no planeta, uma mulher ama-me. O universo arruma-se segundo as linhas de força de que mais gosta, magnéticas, invisíveis e poderosas. E eu cedo-lhes.

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