Como falar-te da noite, desta boca sequiosa em busca de uma fonte, destas mãos que palpam o vazio - a que alguns dão o nome de passado, outros o de futuro, mas nenhuns o de presente - como se o vazio não fosse senão a tua ausência, a ausência de ti. Como se o presente fosse uma prenda do tempo e não aquilo que é: o tempo preso em ti, o tempo a fugir de ti, o tempo a entrar em ti como um comboio fatigado numa estação. És um presente e o presente do tempo: já houve um tempo sem ti, haverá outro no qual de ti não haverá senão a ausência.
Que fizeste, para que sejam tão diferentes?
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.