18.4.21

Asfixia, espelhos

Tudo o que me é exterior é-me estranho. Sou a medida do mundo. Esta fronteira que me separa dos outros é demasiado líquida, demasiado fluida, permeável. Defendo-me da invasão no cofre-forte do castelo. Preciso de um sistema imunitário que me proteja. Sem mim, o mundo não existe. Sem o mundo, não existo. Olhar-te é olhar-me: em ti vejo o que sou, em mim vês o que és. Viver é aprender a respirar num jogo de espelhos asfixiante.

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