16.4.21

"Sei que vou ter uma velhice assombrada"

De vez em quando pego no "Desvio-me da bala..." e leio - mais frequentemente releio - um poema ou dois. É assim que gosto da poesia: deixar o acaso acordar o tempo e eu, o poema e a vida.

Hoje calhou um que começa assim:

"sei que vou ter uma velhice assombrada 
provavelmente como a velhice das gentes   
que percorreram muitos caminhos             
ou como aqueles que não saindo de si             
voaram séculos à volta de um quarto fechado"

(Rosa Oliveira, in Desvio-me da bala que chega todos os dias, ed. Não edições)

Se isto é um acaso eu sou a mulher do Papa. Ou melhor: se isto é um acaso, alguém pode dizer ao senhor que o comanda que ao mais pequeno sinal eu recomeçarei a jogar no totómilhões todos os trimestres?.

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