Por muito que reclame contra as máscara, devo dizer - a Verdade, maldita Verdade, com V grande e um a aberto como as portas do Vaticano nos dias de missa obriga-me a dizer - que tenho sorte: raramente a uso. Os ciclistas estão dispensados, pouco entro em lojas e supermercados (tão pouco que já nem me zango quando ma mandam subir, o que de resto acontece cada vez menos) e vou sempre aos mesmos restaurantes, dos quais os donos ou empregados conhecem de ginjeira a minha opinião sobre a coisa. Quando um dia se descobrir que tudo isto não passa de um gigantesco episódio de histeria colectiva, poderei ouvir que fui um dos que escapou à pressão do grupo. Já o digo hoje, mas ouvido tem outra graça.
29.6.21
Diário de Bordos - Palma, Mallorca, Baleares, Espanha, 29-06-2021
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O dia foi demasiado comprido para o que me apetece - ou posso - fazer. Venho para o Divino beber rum com sumo de laranja fresco, laranjas da ilha, soberbas. A música está uma merda mas não tenho coragem e menos ainda energia para lhes pedir que a mudem.
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E como o P. me persegue mesmo pela noite dentro, paro aqui. Amanhã também é dia. Acabo de ouvir a melhor conferência sobre a Covid que ouvi até hoje. A minha vida parece feita de P. e C-19. Felizmente apareceu uma flor para lhe dar sentido.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.