5.7.22

Diário de Bordos - Palma, Mallorca, Baleares, Espanha, 05-07-2022

Bom, apaga-se tudo e recomeça-se. Fui jantar ao bar Cuba por uma razão simples: a bicicleta recusou-se terminantemente a levar-me mais longe. A refeição começou bem e wu lancei-me em altos voos teóricos sobte istr de ontem ter jantado numa tasca, estes dois dias ter almoçado em dois dos melhores restaurantes da ilha, hoje estar a habituar-me a um sítio bom como me habituo rapidamente a automóveis automáticos.  Tudo isto enquanto discutia dois trabalhos que à partida me parecem impecáveis.

Depois chegou a entropia. Chega sempre, eu sei, só que aqui foi rápido de mais. Comecei a rever todas as elaborações teoricas da fase anterior e a tecer considerações sobre a influência do contexto:  um momento estava num restaurante porreiro,no momento seguinte numa espelunca pedante, pretensiosa, barulhenta e tasca.

Chego cá  fora e descubro que me esqueci da chave do cadeado. Se tivesse ido ao Antiquari, hipótese 

Pedi a conta e pus-me na alheta, apenas

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Adormeci a meio. Não é coisa que aconteça ou tenha acontecido frequentemente, mas mentiria se dissesse que foi a primeira vez. 

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Última saída com Y. e S. Se todos os clientes fossem assim, não haveria forma alguma de chamar trabalho a isto. Nem com cinquenta dias seguidos a treze horas cada. Deixou-me uma gorja cujo valor ainda não calculei mas já sei que ou vai para o pódio ou andará lá perto. É a minha forma favorita de avaliar o apreço dos clientes (excepto quando estes são franceses, claro. Aí há que acreditar no que dizem e não no que fazem).

Venho gastar uma parte dela numa pequena dose de ibérico no Xisco e num orujo na Patrícia, que substituiu o Aurélio no lugar de encarregada do Maños. Enfim, resumo. Comi umas amêijoas, etc. A cozinheira é a mesma. 

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Daqui a uma hora largo para Ibiza. Tenho finalmente aquilo a que há tanto tempo aspiro : três ou quatro dias sozinho no mar (paro à noite, é certo, mas isso não conta).

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Pequena história para explicar como são os maiorquinos.

Venho ao Xisco, explico-lhe que me vou embora daqui a uma hora e quero o melhor presunto que ele tem (é para isso que servem as gorjas). Acompanho com um excelente vinho local, encontro um senhor que gosta de touradas e conhece o Alentejo melhor do que eu, bebo um café, peço a conta.

Adivinhem quanto foi.

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