Bom, apaga-se tudo e recomeça-se. Fui jantar ao bar Cuba por uma razão simples: a bicicleta recusou-se terminantemente a levar-me mais longe. A refeição começou bem e wu lancei-me em altos voos teóricos sobte istr de ontem ter jantado numa tasca, estes dois dias ter almoçado em dois dos melhores restaurantes da ilha, hoje estar a habituar-me a um sítio bom como me habituo rapidamente a automóveis automáticos. Tudo isto enquanto discutia dois trabalhos que à partida me parecem impecáveis.
Depois chegou a entropia. Chega sempre, eu sei, só que aqui foi rápido de mais. Comecei a rever todas as elaborações teoricas da fase anterior e a tecer considerações sobre a influência do contexto: um momento estava num restaurante porreiro,no momento seguinte numa espelunca pedante, pretensiosa, barulhenta e tasca.
Chego cá fora e descubro que me esqueci da chave do cadeado. Se tivesse ido ao Antiquari, hipótese
Pedi a conta e pus-me na alheta, apenas
..........
Adormeci a meio. Não é coisa que aconteça ou tenha acontecido frequentemente, mas mentiria se dissesse que foi a primeira vez.
.........
Última saída com Y. e S. Se todos os clientes fossem assim, não haveria forma alguma de chamar trabalho a isto. Nem com cinquenta dias seguidos a treze horas cada. Deixou-me uma gorja cujo valor ainda não calculei mas já sei que ou vai para o pódio ou andará lá perto. É a minha forma favorita de avaliar o apreço dos clientes (excepto quando estes são franceses, claro. Aí há que acreditar no que dizem e não no que fazem).
Venho gastar uma parte dela numa pequena dose de ibérico no Xisco e num orujo na Patrícia, que substituiu o Aurélio no lugar de encarregada do Maños. Enfim, resumo. Comi umas amêijoas, etc. A cozinheira é a mesma.
.........
Daqui a uma hora largo para Ibiza. Tenho finalmente aquilo a que há tanto tempo aspiro : três ou quatro dias sozinho no mar (paro à noite, é certo, mas isso não conta).
.........
Pequena história para explicar como são os maiorquinos.
Venho ao Xisco, explico-lhe que me vou embora daqui a uma hora e quero o melhor presunto que ele tem (é para isso que servem as gorjas). Acompanho com um excelente vinho local, encontro um senhor que gosta de touradas e conhece o Alentejo melhor do que eu, bebo um café, peço a conta.
Adivinhem quanto foi.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.