Pouco passa das dez da noite e o 7 Machos está a rebentar. A Lina e o Johnson saúdam-me efusiva e rapidamente: têm demasiado trabalho. Já eu, como sempre, estendo-me. Mais olhos do que barriga. Não consigo acabar os nachos que o Johnson fez picantes, como sabe que eu gosto; nem sequer a margarita. Isto inquieta-me: já me aconteceu não acabar a segunda ou terceira. Mas a primeira? A primeira? Corpo estúpido e ingrato. Deixaste de me acompanhar?
Cont.
A Lina fez-me um desconto. Disse que é "o desconto da família". Já hoje à tarde o Xisco não me cobrou as hierbas que lá bebi depois do absurdo almoço no Daruma. Estou exausto: a ausência de sesta faz-se sentir. Cada vez suporto menos este corpo idiota que responde com cansaço a estímulos destes.
O P. geme por todas ss amarras. Estão mais secas do que as partes íntimas de uma bruxa. Ele que não pense que vou sair do beliche e regá-las ou enchê-las de detergente. A única coisa que me apetece agora é dormir e mesmo isso não sei se conseguirei. O meu corpo é um parvalhão. Um eufemismo para "nuvem de fumo".
A dor no ombro direito voltou ao ataque, com energia redobrada. Ainda bem que não me chamo Van Gogh. Ou será antes: por que raio de carga de água não me chamo Van Gogh? Um ombro - direito, ainda por cima - e uma orelha (diteita também, se não me engano) não se equivalem.
Amanhã bebo água outra vez. Parece que faz bem e tudo.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.