É forçoso reconhecer que as Margaritas do 7 Machos já não são o que eram. A Cantina também. Está má para tudo o que não seja um café e um croissant de manhã. Em contrapartida, aposto singelo contra dobrado que o caril do Johnny Dhaba continua a merda que sempre foi. (Aproveito para pedir aos meus amigos do Porto que me encontrem aí um restaurante indiano ou goês decente, por favor. Estou ansioso por um caril correcto.)
Isto põe um problema interessante ao conservador que habita em mim e que eu resolvo de forma expedita: as coisas mudam ou não independentemente da nossa vontade. Lutar para as conservar tal qual é uma luta perdida. Mais vale ir controlando a mudança. Aceitá-la com a alegria que se deve pôr na mudança de preconceitos, que é muita. Devemos mudar de preconceitos como a serpente muda de pele ou o camaleão de ramo: devagar, pouco a pouco e para sempre. (A palavra-chave aqui é sempre, caso não tenham percebido.)
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O charter acabou com uma gorja que raia o insultuoso. Não o é, claro, porque os clientes eram alemães, se fartaram de me pagar bons jantares e foram super-simpáticos. Mas, meus caros, isso tudo não é mais do que a vossa obrigação. Uma gorja correcta é apenas o corolário disso tudo. Não lhe é exterior. Nota bene: tenho de falar com o Th. a esse respeito. Nota male: pqvp. Nota intermédia e válida: ¡qué vaya!
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Adenda: o caril do Johnny estava uma merda, mas desta vez não me chateei porque estava à espera disso. Aqui está uma estratégia para os conservadores: tornai-vos pessimistas militantes .
(Já o são. Não percebo o que vos agarra ao passado, se está cheio de maldades. O futuro não é melhor? Não, sem dúvida. É igual. Não há muitas razões para o recusar a priori.)
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O que era bom na rua Sant Magi acabou, o que era mau ficou. Dois pontos para os conservadores, dois.
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Acabo na Cantina a beber um Cacique e a perguntar-me se isto é uma vida e se sim, qual? Th. diz-me que sou "o seu melhor skipper", aspas porque cito e porque não é trinta e um de boca. Já tenho trabalho para o ano, se for preciso, a começar em Fevereiro. Isto metece bem um rum, sobretudo depois do preço delirante da coisa no Club Náutic de Cala Ratjada.
Tudo isto tem a ver com o movimento das moléculas e com o fluir das unidades de tempo e com o facto de um dia um gajo saber que é parte disso tudo.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.