Manhã boa: consegui fechar com o Enver a um preço porreiro. Agora sim, a porcaria do traveller vai ficar resolvida. Depois pinta o convés todo, mas isso só mais perto do fim.
Manhã má: compras. A minha metade feminina não é suficientemente vasta para entender o conceito de «terapia de compras». Que prazer se pode extrair de ir gastar dinheiro em lojas de roupa? Numa loja de aprestos marítimos aceita-se facilmente, mas em roupa? Enfim, o meu stock de pólos brancos foi reposto e o Domingo tinha finalmente os dois pares de alpergatas que lhe encomendei quando cheguei - um deles ficou logo lá, estava um bocadinho grande. O Domingo é um gajo adorável mas está longe de ser o ás da alpergata. Tem a vantagem de ficar ao lado do mercado de Santa Catalina, o que não é despiciendo. Esta segunda vou para Lisboa um bocadinho mais leve, sabendo que deixo o Enver a bordo. É um srilankês pequenino, com uma pele que assenta directamente nos ossos, não há nada entre estes e aquela. Combináramos às nove e às nove em ponto lá estava. Quando cheguei liguei-lhe, mas ele ainda não estava em condições. A operação foi semelhante à minha e também não lhe correu muito bem. Ou correu pior, ainda. Eu pelo menos nunca deixei de poder trabalhar.
Manhã péssima: voltaram as dores no ombro, depois de umas semanas de paz.
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Começaram as queixas do calor. Respondo imediatamente: «ainda bem. Já era tempo», ver se as calo. No Inverno queixam-se do frio e na Primavera e no Outono das «alterações climáticas» (aspas porque é sarcástico).
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Esparramo-me pelo cansaço, que nem sequer é bem cansaço. É antes o desfazer da tensão. A distensão, se quiserem. Sinto as cobras todas a abandonar-me a carcaça, uma por poro. Cada músculo é um ninho delas. Pergunto-me o que se passará pelos neurónios, pelas sinapses, por essas zonas que sabem dizer como me sinto mas não se deixam observar.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.