Para traduzir, como para escrever, há que ter uma distância entre nós e o papel (ou o computador, ou o que seja): como vou traduzir aquilo que sinto? Como traduzir a força, a importância capital da linguagem? «Desejo chegar ao seu palato»? Por amor de Deus!
(O excerto vem de J'irais nager dans plus de riviéres, de Philippe Labro.)
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Não tenho a minha biblioteca ao alcance do braço e se me ponho a pensar «Qual é o melhor conto de todos os tempos?» foge-me logo a boca para a verdade: essa pergunta não faz sentido. Não há melhor conto nem todos os tempos. (O mesmo se aplica a livros, romances, discos, esculturas, fotografias, etc.)
Para responder a essa pergunta teria de reler os contos de Borges, as Nouvelles Orientales da Yourcenar, alguns contos do O'Henry (não todos, nem pouco mais ou menos), os contos do Nick Adams de Hemingway, Maupassant... Sei lá, um nunca mais acabar.
Há, porém, um conto que não me sai nunca da memória. Chama-se A Morte e a Morte de Quincas Berro d'Água. Não sei se é o melhor conto de todos os tempos, mas é daqueles que me acompanham todo o tempo.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.